A arte e a cultura são transformadoras e formadoras, por isso 2024 é um ano especial. A data marca os 10 anos do Núcleo Cultural da UFCSPA (NCULT). Para celebrar, na noite de 9 de dezembro, houve a roda de conversa com artistas e participantes dos editais para o Música na UFCSPA e o Espaço de Artes da UFCSPA, parcerias da comunidade interna e externa e um festival musical, que contou com quatro grupos.
O Coral UFCSPA abriu o festejo com um cortejo musical no prédio 2, onde se apresentou, com a regência de Marcelo Rabello dos Santos, também membro do Núcleo Cultural. A sequência se deu no Teatro Moacyr Scliar, palco das reflexões e comemorações, contando com a participação do Musical Juliana, com regência de Karoline Souza da Silva e Vainer Ramos. Outro grupo presente foi o Coral Carlos Bina, de Gravataí, com regência de Lígia Ramos. A Banda Comunitária da UFCSPA, que não podia faltar, fez o encerramento do evento em grande estilo.
A roda de conversa “A importância da cultura na vida acadêmica e comunitária” foi o momento de reflexão sobre a trajetória do NCULT nestes dez anos. Participaram do bate-papo a artista visual Carmem Sansone, representando o Coletivo de Arte Devir, o músico e publicitário Gilnei Costa, da banda Supersônicos a Vapor, o rapper e vice-presidente da Alvo Associação Cultural Jeferson Fidelix, a professora de Língua e Cultura Espanhola Ana Raquel Salgado e as integrantes e fundadoras do Núcleo Cultural, a programadora visual Aline Griza e a jornalista Lisiane Wandscheer. O produtor cultural do NCULT, Alexsander Madeira, fez a mediação.
Carmem fez alusão ao título de sua exposição e comentou: “o que nos move a fazer nossa arte com coisas ruins e boas acontecendo? O que nos move é ampliar, cada vez mais, as coisas boas. Gostei muito de saber da história do NCULT. Eu achei fantástico. Eu conhecia um recorte da parte das exposições de artes visuais, e hoje eu vi a amplitude do trabalho do NCULT”.
“Há dez anos que estou na UFCSPA e fui imediatamente cooptada pelo Núcleo Cultural, através do Programa de Línguas Adicionais”, relatou a professora Ana Salgado. Vida longa ao Núcleo! Que a gente possa ter muitas outras parcerias e que o palco seja ocupado por outras manifestações culturais”, destacou.
Jeferson Fidelix citou o trabalho realizado pela Banda Comunitária, que tinha a intenção de mesclar: trazer o trabalho da universidade para a comunidade e levar o trabalho da comunidade para a UFCSPA. “Eu como rapper nunca tinha tido experiência de banda marcial, para mim era um estilo mais tradicional, mas o Marcelo (regente da banda) começou a dialogar com a comunidade, trazendo o repertório não tradicional, e isto atraiu diferentes tipos de jovens”.
O músico Gilnei Cunha contou que, da primeira vez que ele e sua dupla participaram do edital, em 2019, viram uma nota no Jornal do Comércio e decidiram se inscrever no projeto no Meia-Hora Músical (dedicado a bandas iniciantes). Depois retornaram em outro edital, em 2024, com muito mais público e profissionalismo. “Eu sempre digo que a Banda só existe por causa do Núcleo Cultural. Nos 10 anos do Núcleo, esta linguagem me encanta. Trazer a comunidade externa para dentro da universidade e ao mesmo tempo fazer com que a universidade ressoe na sociedade”, refletiu.
As integrantes do Núcleo Cultural comentaram sobre a criação e a caminhada percorrida nestes 10 anos, desde a entrada na ASCOM por concurso público e, depois, por afinidade, atuarem com as ações culturais, até a criação do NCULT.
“O principal papel do Núcleo é fazer circular a cultura que é produzida dentro e trazer a cultura de fora, e, lá em 2010, foi isto que nos impulsionou a criar um setor que atuasse com difusão cultural”, comentou Aline Griza.
“Quando entrei na UFCSPA achei que iria me especializar em saúde, mas logo vi que se produzia cultura em todos os cantos da universidade. Trabalhar com cultura é um trabalho militante. É preciso fazer e divulgar”, destacou Lisiane Wandscheer.
O Núcleo Cultural atua em três frentes: com os projetos institucionais, Coral UFCSPA e Banda Comunitária da UFCSPA; os editais públicos de Artes Visuais e Música, lançados anualmente; e ações e projetos da comunidade acadêmica, com inscrições semestrais. Dando os primeiros passos para os próximos dez anos, no início de 2025, há previsão de divulgação dos editais de Música e Artes Visuais, além das inscrições dos projetos internos.