Público está convidado a participar do ingresso solidário com doações
O Coral UFCSPA volta ao palco com novo espetáculo. No dia 29 de agosto, às 20h, no Salão Nobre da UFCSPA, será apresentado Caminhos Brasileiros, com regência de Marcelo Rabello dos Santos. O concerto percorrerá a musicalidade das cinco regiões do país, trazendo histórias e referências da cultura popular. As canções falam do Nordeste, com Anunciação (1983); do Norte, com Balanço do Açaí (2019); do Centro-Oeste, com Tocando em Frente (1990); do Sudeste, com Águas de Março (1972) e do Sul, com Clave de Lua (1987), entre outras.
A entrada é gratuita, mas o Coral convida o público a participar do ingresso solidário, doando produtos de higiene e limpeza ou livros que serão destinados à biblioteca comunitária da Alvo Associação Cultural, com sede no Vida Centro Humanístico, no bairro Rubem Berta.
As chuvas que deixaram o Rio Grande do Sul em estado de calamidade pública também tiveram efeito sobre o trabalho do grupo, que precisou interromper os ensaios. O concerto estava previsto para julho. Tradicionalmente o grupo faz dois concertos anuais, um no meio do ano e outro no final, além das apresentações em espaços culturais da cidade.
Conheça um pouco sobre as canções que integram Caminhos Brasileiros.
O Nordeste está presente com a canção Anunciação, do cantor, compositor e instrumentista pernambucano Alceu Valença, gravada em 1983. Nas palavras do cantor, “tem quem diga que a música anuncia o amor; outros, que é a felicidade que está chegando; e há até quem diga que é uma música religiosa”. Segundo Valença, a letra anuncia tudo o que ele viu no dia em que compôs. “Pra mim o artista é um repórter, um repórter poético”, (https://youtu.be/Rn_QVMmCJlc?si=zSWTe7DFhZUo9gnO).
O Norte é referenciado com Balanço do Açaí (2019) da cantora e compositora paraense Dona Onete. Ela homenageia a biodiversidade, a beleza e a cultura amazônica, citando a palmeira do açaí, símbolo da região. A fauna é lembrada através dos pássaros e insetos: “...tem tucandeira na raiz da açaizeira tem tracuá no cacho pra debulhar”. Tucandeiras e tracuás são formigas conhecidas por sua picada muito dolorosa, comuns na região. A tucandeira é utilizada em uma das principais celebrações da tribo indígena Sateré-Mawé, no rito de passagem do curumim (jovem) para a fase adulta, segundo o Glossário Lexical da língua Sateré-Mawé. Já a tracuá, conforme o Minidicionário de Acreanês, tem a propriedade de fabricar uma substância que os indígenas e seringueiros usam para manter aceso o fogo.
O Centro-Oeste se faz presente com Tocando em Frente (1990). Um clássico da música regional brasileira, com melodia de Almir Sater e letra de Renato Teixeira, foi gravado pela primeira vez por Maria Bethânia e depois interpretado por diversos cantores, além de compor trilhas sonoras de novelas. A letra conta a simplicidade da vida, tendo como personagem um boiadeiro. A música que consagrou o cantor sul-mato-grossense, há mais de 30 anos, é cantada e conhecida nos diversos cantos do país.
A representante do Sudeste é a bossa nova Águas de Março, do maestro carioca Antônio Carlos Jobim. Considerada por críticos uma das melhores músicas brasileiras da história, foi lançada em 1972. A obra ganhou notoriedade dois anos depois, na parceria com Elis Regina, no álbum Elis & Tom, quando a canção entrou definitivamente para a memória nacional. O disco icônico completa 50 anos em 2024.
A região Sul ganha voz com a canção gaúcha Clave da Lua, de Nilo Brum e Miguel Marques. A milonga, estilo musical tradicional na Argentina, no Uruguai e no Rio Grande do Sul, é celebrada na canção como um “cantar de fronteira” e um “compasso charrua”. A letra enfatiza a autenticidade e a resistência da milonga.