Oportunidades de articulação foram discutidas no segundo dia do encontro do Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação da Região Sul
Representantes de secretarias de tecnologia e fundações de amparo à pesquisa do estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná estiveram presentes nesta quinta-feira, 5, no segundo dia de encontro do Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação da Região Sul. Os presentes debateram possibilidades de articulação entre os órgãos para ampliar o fomento à inovação e a resolução de desafios econômicos e sociais enfrentados pelos três estados.
Papel das secretarias
A primeira rodada de debates envolveu os três representantes das Secretarias Estaduais de Inovação, Ciência e Tecnologia da região sul. Em sua apresentação, a secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Simone Stülp, detalhou o planejamento estadual para o apoio a pesquisa até 2026, baseado nos eixos "transformar", "incluir" e "conectar".
Citando iniciativas implementadas pela secretaria como InovaRS, Professor do Amanhã e Startup LAB, Simone indicou que a inovação precisa ter um olhar de "interação entre universidade, sociedade e empresas". Neste sentido, a secretária convidou os pró-reitores presentes para colaborarem neste segundo semestre com a construção de uma política gaúcha de inovação.
O secretário adjunto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Santa Catarina, Ramicés Silva, salientou a importância do fomento à inovação ter foco nas pessoas e contemplar a realidade dos diferentes contextos regionais. "O estado de Santa Catarina tem uma matriz bastante diversificada, com indústria metal-mecânica, agronegócio, pesca, serviços e tecnologia. O papel da secretaria é enxergar, de forme integrada e de longo prazo, essas políticas públicas [de inovação]", detalhou.
Em relação às startups, Ramicés indicou como um exemplo de fomento a contratação de serviços de inovação, uma possibilidade aberta pela Lei das Estatais que permite às empresas de tecnologia apresentarem soluções inéditas para os desafios socioeconômicos dos estados.
A professora da Universidade Estadual de Londrina, Silvia Meletti, representou no Forprop a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná. A docente detalhou o funcionamento do ecossistema de inovação no estado paranaense, reforçando o papel das instituições de ensino superior neste contexto. "As universidades são um dos meios de implementação das políticas de governo no Paraná, resolvendo os desafios das suas regiões", afirmou.
Participação das fundações de apoio
A segunda parte da manhã contou com a participação dos representantes das fundações de amparo à pesquisa (FAPs) da região sul. O professor da UFCSPA Mauro Mastella, diretor administrativo financeiro da Fapergs, apresentou dados gerais sobre a distribuição de recursos aos projetos de pesquisa e inovação no Rio Grande do Sul.
"Eu acredito que a inovação de ponta, aquele que resolve mesmo nossos problemas de desenvolvimento, é uma inovação interdisciplinar", defendeu. O docente convidou os presentes a conferirem a página do Observatório da Inovação, onde podem ser acessados os montantes financeiros destinados aos centros de pesquisa.
O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de Santa Catarina, Fábio Wagner Pinto, levantou temas que merecem a atenção dos órgãos estaduais de fomento, como os desafios climáticos. "A tragédia [da enchente no Rio Grande do Sul] foi acompanhada de antemão com dados do INPE [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais]", exemplificou.
O gestor também indicou o estímulo aos empreendedores mais experientes para acessar os ambientes de inovação, o monitoramento de propagação de doenças e a gestão de resíduos industriais. "Acreditamos que as nossas universidades têm a capacidade de solucionar uma parte dos problemas, e trabalhando em conjuneto vai ser um segredo para o sucesso", enfatizou.
No contexto dos órgãos de fomento, o estado do Paraná foi representado pelo gerente de projetos da Fundação Araucária, Nilceu Deitos. Ele destacou os Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPIs) como estratégicos para a fundação paranaense.
"Jão são 62 NAPIs constituídos, com articulação de governo, empresas, academia e sociedade organizada. Através deles, buscamos a melhor integração do território com seus ativos, foco na criação de riqueza e bem-estar e melhor retorno sobre os investimentos feitos", explicou. Em sua fala, Deitos também reforçou a importância da criação de uma rede formada pelas FAPs da região sul.
O encontro do Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação da Região Sul continua nesta quinta-feira, 5, no anfiteatro Heitor Masson Cirne Lima (prédio 3 da UFCSPA).